[#17] Melhore seu processo de aprendizado com o ChatGPT

Imagem de Annie Spratt na Unsplash

Em 2018, fiz um curso maravilhoso da Dra. Barbara Oakley, Professora de Engenharia na Oakland University, sobre como aprender de forma mais eficiente. Esse curso mudou minha forma de pensar sobre aprendizado e me apresentou técnicas com embasamento científico para “aprender a aprender” (mais detalhes aqui).

Agora, com o lançamento de um novo curso, ela traz uma abordagem moderna: como utilizar a Inteligência Artificial Generativa (IAGen) para aprimorar ainda mais o processo de aprendizado (mais detalhes aqui). Recentemente, conclui esse curso e tenho testado várias práticas extraídas dele. Por isso, gostaria de compartilhar 3 dicas baseadas na ciência para melhorar seu processo de aprendizado com o ChatGPT.

Espero que seja útil para você!

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1. Use metáforas e analogias para entender melhor o assunto

Usar analogias e metáforas facilita o aprendizado porque conecta conceitos novos a experiências familiares, tornando ideias complexas mais compreensíveis e memoráveis. Isso simplifica a abstração, engaja emocionalmente e melhora a retenção das informações.

Exemplo de prompt:

Explique Programação Orientada à Objetos. Use uma analogia ou metáfora relacionada à carro.

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2. Peça por opções e perspectivas e não uma resposta (pense mais, não menos!)

Pesquisadores descobriram que, entre as décadas de 1930 e 1970, as pontuações em testes de QI aumentaram muito, principalmente por causa do maior acesso à educação e a melhores formas de aprendizado - um fenômeno conhecido como Efeito Flynn. Mas, a partir da década de 1970, alguns estudos começaram a mostrar que esses índices de QI estavam diminuindo. Um dos motivos apontados foi o lançamento das calculadoras. De repente, as pessoas pararam de se preocupar em fazer contas de cabeça, já que podiam contar com as calculadoras para isso. Com o tempo, os alunos começaram a praticar menos e a lembrar menos das coisas.

Essa história nos dá uma lição importante para a era da IAGen: não queremos repetir o mesmo erro de depender tanto da tecnologia que deixamos de exercitar nossas habilidades cognitivas essenciais. Ainda precisamos aprender coisas fundamentais, como a tabuada ou a habilidade de escrever uma boa redação. Não podemos ser como nos anos 70, quando todo mundo se empolgou com a tecnologia nova e começou a dizer: "Você não precisa aprender isso, é só pesquisar". A tecnologia pode nos ajudar, mas não deve substituir o aprendizado e a prática.

Por isso, ao usar IAGen, é importante não pedir apenas uma única resposta, mas sim várias opções e perspectivas. Nosso objetivo é refletir mais sobre os problemas que estamos tentando resolver. Quando temos mais opções, nós, como seres humanos, precisamos decidir qual delas faz mais sentido para o problema. Isso envolve usar nosso raciocínio, pensamento crítico e conhecimento da situação — coisas que a IA não pode substituir em nós.

Além disso, essa prática nos prepara para algo crucial na era da IA, nossa capacidade de sermos editores e curadores será ainda mais importante. Vamos precisar selecionar, ajustar e combinar diferentes opções para criar soluções melhores, inspirando novas ideias e aprendendo no processo.

Exemplo de prompts:

Ajude-me a entender melhor Large Language Models (LLMs). Quais são as 5 perguntas que eu deveria fazer para aprofundar meu entendimento?

Dê várias interpretações conflitantes sobre o uso de Inteligência Artificial no processo de aprendizado.

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3. Interaja com a IA utilizando práticas de recuperação (Flash Cards) para fixar o conhecimento

Muitos estudos comprovam que a prática de recuperação é uma técnica poderosa de aprendizado. Quando você aprende algo pela primeira vez, cria uma conexão fraca na sua memória de longo prazo. Porém, a cada vez que recupera essa informação da sua mente, essa conexão se fortalece. Ensinar outras pessoas é frequentemente citado como uma das melhores formas de aprender, e isso é verdade porque, ao ensinar, você pratica a recuperação. Ao ensinar, você está acessando o conhecimento guardado no seu cérebro, reforçando essas conexões e, assim, aprendendo de forma mais eficaz.

Exemplo de prompts:

Faça um teste sobre Arquitetura de Sistemas Distribuídos. Divida o tópico em tópicos individuais que alguém precisa aprender. Faça-me perguntas, uma de cada vez, para avaliar meu conhecimento sobre esse tópico. No final, sugira tópicos nos quais eu deveria me concentrar para melhorar minha compreensão.
Faça-me a primeira pergunta.

Aja como um especialista em detalhar tópicos complexos e ensinar por meio de analogias e metáforas simples. Ensine-me Teoria dos Jogos, um passo de cada vez. Depois de me ensinar cada tópico, faça-me uma pergunta para avaliar minha compreensão. Adapte o que você ensinará a seguir ou faça uma revisão com base em minha resposta à pergunta.
Ensine-me a primeira coisa.

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P.S. Qual sua maior dificuldade no processo de aprendizado? Compartilha nos comentários, vamos conversar!